terça-feira, 29 de março de 2011

O símbolo perdido , romance de Dan Brown

O símbolo perdido, um programa que pretende desvendar os mitos, mistérios e verdades do último romance de Dan Brown. O lugar escolhido é Washington D.C., uma cidade planejada e alinhada com certas constelações. Explorando os mistérios ocultos da capital norte-americana, separamos os fatos da ficção.




Muitos dos mistérios, símbolos e descrições são reais, mas o autor também se vale da imaginação para compor sua história. É possível separar a fantasia da realidade? A cidade teria realmente uma origem mística, ligada à maçonaria? 
O livro O símbolo perdido apresenta várias questões sobre a maçonaria, seus membros e sua influência sobre a construção da capital norte-americana e sobre o mundo em geral. A trama tecida por Dan Brown entusiasma os amantes das teorias conspiratórias. Mas como separar a realidade da ficção? Para nos esclarecer sobre este assunto, fizemos uma entrevista com o presidente de uma das lojas maçônicas mais ilustres e bem-sucedidas da Flórida, a Hibiscus #275 Maçons Livres e Aceitos. Todos os governantes de lojas maçônicas possuem um título que distingue sua função e suas responsabilidades dentro da própria organização. Neste caso, a autoridade entrevistada é o "Venerável Mestre", Alfred Smith de Castroverde. 

Pergunta: É verdade que podemos encontrar símbolos maçônicos em toda parte?
Resposta: Sim, eles realmente existem, mas não se deve exagerar. Alguns maçons deixaram símbolos e edifícios a longo da História para que as futuras gerações de adeptos pudessem entender como e por que algo foi feito. No entanto, é importante compreender que o ser humano, por sua própria natureza, tem uma tendência a buscar padrões e repetições. Um exemplo claro são as nuvens. Uma mesma nuvem pode ser vista e percebida de diferentes formas por várias pessoas. Para uns, a nuvem parece um urso de pelúcia, para outros, um unicórnio. A verdade é que ela não é nem um urso, nem um unicórnio, mas simplesmente uma nuvem. É importante ser sensato, estudar e investigar o que se vê, em vez de supor as coisas e depois manifestá-las como fatos. 

Pergunta: É verdade que os maçons são descendentes dos cavaleiros templários?
Resposta: A resposta curta é NÃO. Há muitas hipóteses e estudos que sugerem as origens da maçonaria. Dependendo do ponto de vista, a maçonaria pode remontar aos tempos dos antigos egípcios. A realidade histórica da fraternidade maçônica como ela é conhecida hoje em dia data de 1723. Foi quando foram criadas as Constituições Maçônicas de Anderson e as lojas maçônicas existentes na Europa, que aglutinaram seu poder em um só corpo, chamado A Grande Loja Unida da Grã-Bretanha (The United Grand Lodge of England). Mas nesta época, todos os templários medievais já estava mortos há vários séculos. 

Pergunta: Os maçons são ricos porque possuem o tesouro dos cavaleiros templários?
Resposta:Definitivamente, não. Se soubéssemos onde está o tesouro dos cavaleiros templários, seria nosso dever social entregá-lo em mãos para as instituições apropriadas. Neste caso, seriam os museus de diversas partes da Europa, já que tal tesouro constituiria parte de seu patrimônio nacional. Acima de tudo, uma das maiores preocupações da nossa fraternidade é conservar e defender a sociedade e os países onde vivemos. Roubar o patrimônio histórico de uma nação não é uma boa forma de se conseguir isso. Além disso, nossa sociedade é tão variada como qualquer outra. Como tem milhões de membros, é normal que alguns deles sejam influentes e endinheirados, assim como muitos outros não são. 





Pergunta: É verdade que as ruas de Washington D.C. formam símbolos maçônicos gigantescos?
Resposta: Neste caso em particular, podemos voltar ao exemplo da nuvem. Se observarmos um mapa feito por satélite, encontraremos uma grande variedade de linhas retas, curtas, pontos e ângulos distribuídos ao longo do terreno. Pode-se inventar praticamente tudo com estes elementos. Os limites estão na imaginação de cada um, mas no caso de Washington D.C., efetivamente existem alguns monumentos ou lugares erigidos por seus primeiros arquitetos e governantes, entre os quais vários foram maçons. Estes maçons aplicaram seus conhecimentos na edificação da cidade. Mas estes símbolos e posições não tem muito valor para quem nunca vivenciou a maçonaria por meio de seus complexos rituais de caráter moral e simbólico, que não escondem tesouros e outros segredos físicos. 

Pergunta: Os maçons detêm o poder do mundo?
Resposta: Apesar de os maçons serem homens influentes, não temos o poder do mundo. É importante frisar que os três pilares da maçonaria são: igualdade, caridade e fraternidade. Se realmente tivéssemos o poder do mundo em nossas mãos, eu diria que estávamos fazendo um péssimo trabalho, a julgar pelas manchetes dos jornais. No entanto, o maçom se compromete a seguir estes valores, tendo como finalidade melhorar sua própria vida e influenciar positivamente as pessoas que o rodeiam. Todos nós fazemos isso, na medida de nossas possibilidades. Uns são mais influentes que outros, mas todos têm mais ou menos a responsabilidade social de infundir estes princípios. 

Pergunta: A maçonaria é um culto ou uma religião?
Resposta: Tanto os cultos como as religiões têm como eixo central uma dogma ou crença, e o poder que os une é o da fé. A maçonaria não possui nenhuma divindade específica, nem dogmas. Seguidores de diferentes religiões, inclusive, se unem para trabalhar juntos como irmãos maçons. Dentro de uma loja maçônica, existem membros budistas, muçulmanos, cristãos e de outras religiões, mas eles esquecem seus conflitos históricos e políticos para trabalhar por um objetivo comum: a melhoria de seu caráter e o da sociedade em que vivem. Mas acreditar em uma divindade é um requisito indispensável para participar do grupo; para que um homem possa aceitar a irmandade de outro homem, acreditamos que precisa aceitar primeiro a paternidade de Deus. No entanto, em nossos templos é proibido falar de religião porque estas discussões podem criar conflitos e falta de harmonia. As religiões nos oferecem um guia espiritual e a salvação para o drama da morte inevitável. Definitivamente, a maçonaria oferece uma orientação ética e moral que nos ajuda no dia a dia, na nossa realidade cotidiana. 

Pergunta: Os maçons são responsáveis pelas rebeliões e revoluções do mundo?
Resposta: Como parte dos valores maçônicos que mencionei antes, acreditamos na igualdade, e uma das grandes batalhas travadas por um maçom é o combate à desigualdade e à tirania. O nascimento dos Estados Unidos foi uma prova disso. Com a queda da Grécia diante do Império Romano, também caiu a primeira democracia do mundo. Este sistema político baseado na igualdade e em uma distribuição equitativa do poder entre seus cidadãos só foi restabelecido quando George Washington e os demais fundadores dos EUA decidiram que a forma de governo que adotariam para este país seria um sistema democrático: o mesmo sistema que sempre regeu os maçons. Depois do nascimento da primeira democracia do mundo moderno, vieram outras revoluções de independência, que buscavam os mesmos princípios e valores, sobretudo na América Latina. Como exemplos
pontuais de maçons revolucionários, temos o padre Miguel Hidalgo, do México; e no cone sul, Simón Bolívar e San Martín. 



leandro  acho que essa entrevista com  Dan Brown


ANDREIA CAETANO
PIUMHI/MG

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