sexta-feira, 29 de maio de 2009

mulher na maçonaria













Em inícios de 1994, o falecimento da Doutora Marie-Andrée LAGROUA WEILL-HALLÉ passou relativamente inadvertida. Porém, o papel determinante que teve esta mulher na criação do Planejamento Familiar na França deveria ter sido, pelo menos para alguns, e numa época tão afeta às comemorações, uma boa ocasião para evocar as grandes linhas de seu ativismo ininterrompido. Se não foi assim, é porque em 1967, depois de dez anos de ativismo militante, esta médica de hospital percebeu que tinha servido a uma causa que não era a dela. Podia não tê-lo mostrado, o que lhe teria valido honras públicas, prestígio e cargos relevantes (sem dúvida teria podido ocupar o Ministério da Saúde no lugar e a função de sua quase homônima Simone Veil, e seus livros de êxito lhe teriam aberto as portas da Académie Française (Academia Francesa), antes que à feminista Marguerite Yourcenar); podia inclusive ter-se afastado sem dizer uma palavra, o que lhe teria valido um cargo honorífico e gratificante como a presidência da Cruz-Vermelha, que, em algum momento, teve que ocupar Georgina Dufoix, ou inclusive, a presidência da França ou a embaixada francesa na UNESCO como Gisèle Halimi. Mas não foi assim; quando esta médica tomou consciência, um pouco tarde, que seus ideais tinham sido distorcidos pela ideologia da I.P.P.F., pelos fundamentos racistas, eugenistas e libertários, reagiu e decidiu denunciar as manipulações, como aconteceu com Benard Nathanson, o promotor do aborto nos Estados Unidos, no dia em que percebeu que ter tomado partido pela causa da "mulher", o transformava no assassino da criança, seu segundo paciente.






Maternidade Felíz
Desde seu primeiro ano no curso de medicina, na década de trinta, Marie-Andrée Lagroua percebeu a gravidade do problema dos nascimentos e não apenas do aborto, como quis mostrar um importante jornal vespertino no artigo necrológico. Era a época da grande crise econômica, o acesso à moradia era difícil, o desemprego crescia e era escassa a preocupação pelas famílias, prova disso, é que o primeiro Código da Família surge só em 1939. Era o desamparo para os casais jovens que enfrentavam a chegada do filho e ao mesmo tempo o egoísmo da sociedade. A jovem estudante era muito sensível às angústias e injustiças que gerava o problema dos nascimentos e decidiu iniciar uma ação visando a encontrar soluções ao problema. A idéia da Doutora Lagroua era a de "satisfazer os desejos do casal com relação ao nascimento, ao casal em si mesmo e à família; ou seja, a fecundidade, a esterilidade, a concepção, o controle da procriação, a aceitação de uma gravidez já iniciada"(27).
Deu a este projeto o nome de Maternidade Feliz, uma vontade de respeitar a vocação da mulher e um desejo de liberá-la das vicissitudes físicas e sociais que a afetam. A mesma preocupação que encontraremos depois, nos Papas contemporâneos que propõem o conceito e a prática de uma "paternidade responsável".
Em março de 1955, a comunicação da Dra. Lagroua Weill-Hallé para o Instituto da França acerca da Maternidade voluntária teve grande repercussão e constituiu o início de uma campanha que concluiu no ano seguinte com a fundação de Maternité Heureuse (Maternidade Feliz).
A apropriação filosófica
A partir desse momento iniciam-se as tentativas de apropriação que concluirão, quatro anos mais tarde, em 1960 com sua afiliação à Federação Internacional do Planejamento Familiar,. mais conhecida por sua sigla inglesa I.P.P.F. Esta apropriação de Mme. Weill-Hallé será essencialmente obra "de mulheres da Franco-maçonaria que entraram em contato com Mme.-A. Weill-Hallé, já que a adesão da Franco-maçonaria às lutas pela maternidade voluntária data de muito tempo atrás, (...) Os deveres da mulher e a liberdade da concepção constituem o tema de trabalho escolhido pela Grande Loja feminina para sua reflexão durante 1956"Os membros desta sociedade anunciam o que depois será sua filosofia profunda, separar a sexualidade da procriação. "afirmam o desejo de liberdade das mulheres e dos homens para poder tomar a decisão de ter ou não filhos e desfrutar da vida sexual indispensável, base da união de um casal









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