MENSAGEM ÀS NOVAS GERAÇÕES DE MAÇONS
A Maçonaria brasileira, há escassas 3 ou 4 décadas, era bem diferente da de hoje, em todos os sentidos. Havia, na época, um desinteresse total pelas práticas maçônicas, pela História da Maçonaria brasileira e até pelas atividades de assistência social do Grande Oriente do Brasil. A desintelectualização da Maçonaria, iniciada nos anos do Estado Novo, ia de vento em popa, com a iniciação de homens absolutamente despreparados para entender a ciência maçônica. A mídia maçônica era praticamente inexistente ; os livros contavam-se nos dedos de uma das mãos e, com raras exceções, não primavam pela qualidade, principalmente no tocante à História da Maçonaria no Brasil.![]()
Houve, nesse ponto, uma extraordinária evolução. Hoje há um interesse maior pela cultura maçônica ; a publicação de livros cresce em progressão geométrica, embora haja muito entulho literário, do qual se salvam algumas boas obras ; o número de jornais e revistas tem aumentado, embora muitos não possam, também, passar por um crivo de qualidade. De qualquer maneira, porém, já há uma consciência maçônica palpável --- semelhante ao conceito de cidadania --- acompanhada do desejo de conhecer uma instituição que, em nosso meio, confunde-se com a História do Brasil independente.![]()
Essa consciência, inclusive dos dirigentes, permitiu que o Grande Oriente do Brasil se agigantasse culturalmente e voltasse a ocupar o lugar de destaque de que desfrutava no século passado. Permitiu que um Grão-Mestre solicitasse a um historiador o registro de uma História documental do Grande Oriente do Brasil, abrindo-lhe todos os arquivos históricos da Obediência. Esta obra, escrita por solicitação do então Grão-Mestre Geral Jair Assis Ribeiro, foi lançada em 1993, como História oficial do Grande Oriente do Brasil.![]()
Apesar disso, contudo, o entulho literário de 30 anos atrás continua a influenciar maçons. Apesar dessa História oficial do GOB provar, com documentos, que o calendário usado pelo Grande Oriente do Brasil, em seu início, era o equinocial,
iniciando o ano no dia 21 de março, os pesquisadores ainda são obrigados a ver, com desencanto, em muitas publicações maçônicas, a heresia histórica de que o Grande Oriente "proclamou" a independência a 20 de agosto e que o príncipe regente foi iniciado a 13 de julho. Pelo calendário da época, o 6o. mês maçônico tinha início a 21 de agosto e, portanto, o seu 20o. dia era 9 de setembro ; da mesma maneira, o 5o. mês tinha início a 21 de julho e, portanto, o seu 13o. dia era 2 de agosto. E isso já foi provado, com documentos. Mas é ainda Arcy Tenório de Albuquerque, escritor das décadas de 40 e 50, sem lastro histórico e sem embasamento documental, a influenciar articulistas.
A Maçonaria de hoje, já participa mais do cenário político-social da nação, como mostram os muitos encontros e seminários, que estudam e debatem os temas atuais, apresentando conclusões que o Grão-Mestrado Geral tem levado às autoridades, como o pensamento do Grande Oriente do Brasil. Com isso e com o incremento cultural --- necessário a qualquer atividade social --- a Maçonaria brasileira superou o conceito de anacrônica com que era "brindada" há uns 40 anos. Ela é cada vez mais viva e participante, cada vez mais ativa e entrosada na sociedade brasileira. Os que vivem o dia-a-dia do Executivo do Grande Oriente do Brasil, têm podido aquilatar essa evolução, que já nos dá, na Capital Federal, a condição de instituição a ser ouvida em todos os momentos da vida nacional.![]()
Uma mensagem às novas gerações de maçons teria que ser, nesta publicação cultural, especificamente dirigida aos maçons do Grande Oriente do Brasil, no sentido de dar-lhes conhecimento da importância da primeira Obediência maçônica nacional na História do Brasil independente ; de lhes mostrar que o patrimônio físico, moral e intelectual que recebem é uma dádiva e um bem que deve ser preservado e aumentado ; de incutir, em suas mentes, a noção do dever maçônico perante a sociedade brasileira ; de gravar, em seus corações, que o Grande Oriente do Brasil merece todo o seu respeito e o seu incessante trabalho, em memória de todos os grandes nomes da nação que por ele já passaram e que --- sem embargo de uns poucos que o enxovalharam --- honraram e dignificaram a instituição.