segunda-feira, 1 de junho de 2009

segredos


Maçonaria – Símbolos, Segredos e Significados
“Se dentro do compasso ficares, decerto estarás/Livre de um problema que aos demais afligirá.” A singela mensagem pode ser clara apenas para alguns, membros de uma “sociedade secreta” rodeada de mistérios para o resto da humanidade. Mas, acredite, eles não são mais tão secretos nem sempre foram poucos. Estamos falando da maçonaria, uma organização fraterna secular e que, tradicionalmente ligada aos homens, prega os princípios do amor fraterno, beneficência e verdade. Estar dentro do compasso – um claro símbolo maçônico – é fazer parte da ordem.
Em “A Maçonaria – Símbolos, Segredos e Significado”, W. Kirk MacNulty – que também é maçom há 40 anos – não se ocupa em “desvendar” segredos da sociedade, mas sim passear pela sua história e sua disseminação pelo mundo. Macnulty fala das constantes especulações da origem dos ensinamentos e faz referência aos ilustres que já passaram pela ordem. Mas o maior desafio do autor é o de solucionar equívocos.
“O segredo maçônico é, em si, um símbolo”, justifica o autor, que admite que os segredos maçons já não estão tão bem guardados assim.”A maçonaria sempre teve seus apóstatas e em qualquer biblioteca pública, ou na internet, há publicações que revelam todas as informações que o maçom se compromete a guardar para si”, lamenta o vazamento.
O autor lembra que a maçonaria não é uma religião, mas não deixa de ser uma prática religiosa, já que exige de seus seguidores que acreditem em um ser supremo, escolha que cabe a cada maçom. Quando entram na ordem, é sobre o livro sagrado do seu Deus que prestam um juramento. Além da forte ligação com a espiritualidade, a geometria é uma grande influência aos maçons. Não é à toa que cunharam o termo “arquiteto do universo”. “Embora seus ensinamentos possam ser interpretados como inscritos numa estrutura de referências espirituais, espera-se que cada irmão os pratique no contexto de sua própria religião”, reflete.
Há quem atribua o surgimento da maçonaria aos templários, ordem cristã de cavalaria que protegia os peregrinos em busca da Terra Santa. Pode ser que eles tenham dado contribuições, mas há mais referências de suas práticas no Renascimento, quando o ofício de pedreiros, engenheiros e arquitetos foi mais valorizado. “Na verdade, boa parte do simbolismo da maçonaria vem dos pedreiros da Idade Média”, soluciona MacNulty.
Ferramentas construtivas como o compasso, o malho, o cinzel e o esquadro são simbólicas dentro da instituição, definem hierarquias no aprendizado e mensagens. “O processo de conhecer a si mesmo e empreender a ascensão interior pode ser difícil, até angustiante”, avisa MacNulty. “Por isso, ninguém é convidado a ser maçom; é preciso pedir para ser aceito na ordem.”
Das tavernas de Londres à expansão por todo o mundoFoi na taverna “O Ganso e a Grelha”, em 1717, em Londres, que adeptos da prática maçônica criaram a primeira grande loja. O nome curioso do lugar era uma brincalhona homenagem ao grupo musical O Cisne e a Lira, que se reunia na cervejaria. No século 18, era muito comum que as reuniões fossem sediadas nesses estabelecimentos.
Uma grande loja é como um órgão governante oficial da maçonaria e normalmente há uma dela em cada país. As lojas, que são as unidades de organização maçônica locais, respondem perante a loja de seu país ou região. Os ensinamentos são comunicados em “graus”, um ritual repleto de símbolos. Os três primeiros graus, chamados de simbólicos, são o de aprendiz, companheiro e mestre e reúnem os ensinamentos essenciais da maçonaria.
As três grandes luzes da maçonaria são o livro da lei, o esquadro e o compasso. Entre outros princípios que regem a ordem, discutir religião ou política é uma atitude proibida nas lojas. É curioso que a determinação nunca os impediu de ter como membros revolucionários como Giuseppe Garibaldi e Simón Bolívar. “As organizações maçônicas locais às vezes formularam prioridades largamente diversas”, comenta, sobre os primeiros contatos como novo mundo.
Perseguição, sátira e conspiração
Uma entidade com tantas simbologias não conseguiria sobreviver com a imagem ilesa de dúvidas. Ao mesmo tempo em que conquistava novos adeptos, a maçonaria foi perseguida, principalmente pela Igreja Católica e por governos, que viam na ordem uma fachada para conspirações.
Na França, um país onde a maçonaria sempre prosperou, suas atividades foram proibidas em 1766, sob a alegação de ameaça ao governo. A atitude se espalhou por todo o Norte da Europa, mas a maçonaria foi retomada na França quando o rei Luís 16 se tornou grão-mestre da ordem. “Os poderes seculares sempre foram mais receptivos à maçonaria que à Igreja Católica, que em 1738 publicou uma bula papal proibindo seus membros de tornarem-se maçons”, relata. A bula publicada pelo papa Clemente 12 colocou os maçons na Inquisição.
Se por um lado a maçonaria era perseguida, em outro momento motivava sátiras. Em 1879, a revista americana “Puck”, que fazia sátiras políticas e sociais, dava um tom ridículo aos símbolos maçons, apesar de não ser uma publicação antimaçônica. Já o”O Jogo da Caçarola”, criado em 1905, comparou a maçonaria a um jogo de finalidades ocultas.
Aliás, o que não se vê na maçonaria é que gera mais comentários. “Pouquíssimos não-maçons compreendem a maçonaria tal como ela realmente é”, diz MacNulty. A mais difundida teoria da conspiração sobre os maçons refere-se ao objetivo “real” do movimento: estabelecer uma nova ordem mundial. Para reforçar a teoria, vale lembrar que o primeiro presidente dos EUA, George Washington, era maçom. Outra teoria é a de que a cidade de Washington teria sido planejada sob os princípios maçônicos, e no mapa estaria o desenho do esquadro e do compasso.
Outra conspiração estaria no centro da nota de um dólar: o “Olho que Tudo Vê”, imagem utilizada em algumas representações maçônicas, e a inscrição “Novus Ordo Seclorum” (tradução dos especuladores: Nova Ordem Mundial) estão no centro da cédula. “O Olho que Tudo Vê não é um símbolo maçônico, mas uma antiqüíssima representação da divindade”, defende o escritor que, além disso, diz que a tradução do latim deveria ser lida como “Uma Nova Ordem para as Eras” – o que seria mais condizente com a criação de um novo país.
A expansão da maçonaria está ligada à expansão colonial da Inglaterra. Os maçons que ajudaram na criação das colônias levaram a prática maçônica e, com isso, a expandiram primeiro na América do Norte, depois para o Caribe e Américas Central e do Sul. “Por todo o século 19 e 20 a maçonaria esteve na moda”, escreve MacNulty. Mas o autor acha que ela declinou nos últimos anos. “Talvez isso se deva ao fato de os maçons darem toda a sua atenção à obras de caridade e às atividades sociais, deixando de lado os ensinamentos filosóficos”, sugere.
Além de contribuir para um rico imaginário, a maçonaria está tão introduzida na nossa sociedade que certos termos hoje fazem parte do vocabulário popular, como é o caso de on the square (no esquadro), que significa ser justo, honesto; on the level (no nível), figurativo para verdadeiramente); e straight talking (conversa reta), que quer dizer falar francamente.

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