Águia Bicéfala |
A Maçonaria tem duas divisões para a formação do Pedreiro Livre: a MAÇONARIA SIMBÓLICA ou dos TRÊS GRAUS, com sua história demarcada em 24 de junho de 1717(1); e MAÇONARIA FILOSÓFICA ou dos ALTOS GRAUS, institucionalizada em 31 de maio de 1801(2).
As duas Maçonarias, nas suas particularidades, encerram discussões que vão desde “fantasias” criadas até as verdades documentais. Mormente, deteremo-nos apenas no símbolo presente nos Altos Graus Escoceses: a Águia Bicéfala, que desde 1759 figurou no emblema adotado pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, na França. O referido símbolo é patente registrada para os Graus Escoceses, nos Supremos Conselhos de todo o mundo. Os componentes gráficos, segundo a Constituição de 1786, no Apêndice dos Institutos e Grandes Constituições do Supremo Conselho do Grau 33, se apresentam esparsos, assim:
ARTIGO I – O Estandarte da Ordem é da cor de prata (branco), franjado de ouro em roda, carregado no centro com uma ÁGUIA DE DUAS CABEÇAS COM ASAS ABERTAS PRETAS, bicos e pés de ouro, sustendo nas garras uma ESPADA ANTIGA, guarnecida de ouro, posta em frente da direita à esquerda, da qual pende UMA DIVISA com as palavras – DEUS MEUMQUE JUS – escrita também com letras de ouro. A Águia é coroada de glória de ouro, a gravata de púrpura, franjada de ouro e estrelada do mesmo metal.
ARTIGOII – (...)
4º) (...)
O Escudo da Ordem, esmaltado de azul, tem a Águia semelhante àquela do estandarte, acompanhado à direita de uma BALANÇA DE OURO e à esquerda de um ESQUADRO E COMPASSO entrelaçados da mesma maneira. O escudo (...), carregado com a DIVISA – ORDO AB CHAO – em letras de ouro, circulado de duas serpentes, matizadas de ouro, mordendo a cauda. Nove pequenos triângulos formados em torno da divisa, carregados cada um com as seguintes letras: S.A.P.I.E.N.T.I.A.
ARTIGO III – O Grande Selo da Ordem(...), coroada com a coroa da Prússia, realçada da glória radiante do mesmo metal, carregada no centro com o algarismo 33 ou somente com um dos dois. Nas margens inferiores, por baixo das asas e pés da Águia, estão postas em meia lua 33 estrelas de ouro.
Quase todos os símbolos sublinhados acima estão presentes na maioria dos Supremos Conselhos do R.•. E.•. A.•. A.•., nos mais diversos países, compondo o conjunto denominado emblema. Na construção do timbre do Supremo Conselho de Charleston, em 1801, assim ficou:
A representação do símbolo deve obedecer aos padrões heráldicos, no padrão parassemográfico: Heráldica das Corporações, originária do reconhecimento pelos poderes espirituais e temporais, de certas agremiações, instituições civis, religiosas e militares (ordens de cavalaria, universidades, capítulos e corporações profissionais).
A Águia Bicéfala não é símbolo privativo da Alta Maçonaria. Países, Reis, Ordens Militares, Universidades e a Igreja Ortodoxa a exibiram em suas Armas, Bandeiras, Estandartes, Escudos e frontispícios.
Como símbolo, altivo que é, denota uma vigilância constante para com a Ordem, e talvez na época, aliado às divisas latinas Deus Meumque Jus e Ordo Ab Chao, visto o confronto dos Modernos e Antigos na Inglaterra; na França, com a revolução de 1789 e talvez a questão das duas jurisdições, Norte e Sul dos EUA, mais tarde, propusesse um ordenamento para a própria Maçonaria. O símbolo carece ainda de uma pesquisa efetiva, documental, com o fim de precisar historicamente sua origem. Alguns historiadores afirmam que o símbolo existia há mais de 2.000 anos antes da construção do Templo de Salomão. Esta investigação constante representa uma busca que deve permitir ao Maçom, realmente, conhecer a Ordem em todos os sentidos. Amamos aquilo que conhecemos.n
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